Ensaio d’Orquestra

2022 
Realização e operação de câmara ao vivo
Direção: Tónan Quito
Texto e dramaturgia: Filipe Melo e Tónan Quito a partir do filme Ensaio de Orquestra de Federico Fellini
Música original Filipe Melo
Cenografia F. Ribeiro
Desenho de Luz Daniel Worm
Figurinos José António Tenente
Desenho de Som João Pratas
Produção executiva Armando Valente
Produção HomemBala
Coprodução  Rizoma – Palcos em Rede | Centro Cultural de Belém



Rita Carmo

Este espetáculo é uma adaptação do filme Ensaio de Orquestra (1978) de Federico Fellini. No filme, uma orquestra de música clássica encontra-se num oratório para ensaiar, aqui é a Orquestra de Jazz do Hot Club de Portugal e o ponto de encontro é o palco do Teatro Aveirense.

Fellini utiliza a orquestra, os instrumentos, os músicos e a música como metáfora de uma sociedade em crise. Apesar de Fellini afirmar que não tinha qualquer interesse na política, constrói um filme em torno de uma orquestra que recusa a sua natureza coletiva, e onde cada indivíduo tem uma visão egocêntrica do seu papel. Estão apenas unidos pelo propósito de destronar aquele que entendem ser o seu inimigo comum: o maestro.

O filme foi criticado por muitos. Alguns viram nele uma apologia ao fascismo, outros apontaram que era uma abordagem política ingénua. Foi considerado reacionário e conservador. Mas para o próprio Fellini, Ensaio de Orquestra não é nada disso. «É uma parábola ética para provocar uma certa vergonha no povo, para mostrar que a loucura desorganizada das pessoas pode provocar a loucura organizada do Estado, a ditadura.» Com este mote, interessa-nos também perceber onde está a liberdade do músico de jazz. Onde está a liberdade coletiva e individual?





João Gambino

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